Álcool e Demência

29 dezembro, 2018

Demência é uma condição prevalente, afetando cerca de 5 a 7% das pessoas com mais de 60 anos.  Em 2018, Schwarzinger et al. publicaram um estudo retrospectivo de base nacional francesa, avaliando a associação entre o uso de álcool e demência precoce (antes dos 65 anos de idade). De todos os casos de demência precoce encontrados, 38,9% preenchiam critérios para demência relacionada ao uso de álcool pelo CID-10. Os transtornos relacionados ao uso de álcool foram os maiores fatores modificáveis associados ao desenvolvimento de demência. O estudo também ressaltou que o uso pesado de álcool ( >60g de etanol/dia), mesmo sem preencher critérios para transtorno relacionado ao álcool, foi associado a prejuízo cognitivo e aumento do risco para demências. 

Bibliografia:

Schwarzinger M, Pollock BG, Hasan OSM, Dufouil C, Rehm J; QalyDays Study Group. Contribution of alcohol use disorders to the burden of dementia in France 2008-13: a nationwide retrospective cohort study. Lancet Public Health. Published online February 20, 2018.

 

Atividade Física e Fluxo Sanguíneo Cerebral

18 dezembro, 2018

    Artigo Publicado em Agosto de 2016 na Frontiers in Aging Neuroscience. O estudo avaliou o fluxo cerebral em homens e mulheres com idades entre 50 e  80 anos, habituados a 240 minutos de atividade física(AF) intensa por semana. Após 10 dias de interrupção da AF houve redução de fluxo sanguíneo de 20 a 30% em 8 áreas do cérebro, entre elas o hipocampo( área relacionada a aprendizado, memória e Alzheimer). Este estudo destaca que a consistência da AF é essencial para seus benefícios para o cérebro.
Bibliografia:
Alfini AJ, Weiss LR, Leitner BP, Smith TJ, Hagberg JM and Smith JC (2016) Hippocampal and Cerebral Blood Flow after Exercise Cessation in Master Athletes. Front. Aging Neurosci. 8:184. doi: 10.3389/fnagi.2016.00184

 

Taxa de Mortalidade em Primeiro Episódio Psicótico

18 dezembro, 2018

    Artigo epidemiológico norte americano de Abril de 2017 observando índice de mortalidade de pacientes( entre 16 e 30 anos) com primeiro episódio psicótico entre 2008 e 2009. No primeiro ano após o primeiro episódio, 61% não estavam em uso de antipsicótico e 42% não estavam em psicoterapia individual. A taxa de mortalidade destes pacientes foi 24 vezes maior do que a esperada para esta faixa etária e 89 vezes maior do que esperada para a população em geral. 
Bibliografia:
Michael Schoenbaum, Jason M. Sutherland, Andre Chappel, Susan Azrin, Amy B. Goldstein, Agnes Rupp, Robert K. Heinssen; Twelve-Month Health Care Use and Mortality in Commercially Insured Young People With Incident Psychosis in the United States. Schizophr Bull 2017 sbx009. doi: 10.1093/schbul/sbx009

 

Idade Paterna Avançada e Transtornos Mentais

18 dezembro, 2018

Artigo longitudinal de Maio de 2017, colocando em destaque um fator de risco para transtornos mentais que muitas vezes não é observado. Homens com 40 anos, no momento da concepção do feto, apresentam 2 a 3 vezes mais chances de ter um filho com Autismo ou Esquizofrenia. Além do risco aumentado para estes transtornos, idade paterna avançada(acima de 35 anos), está relacionada a baixo rendimento escolar, hiperatividade e suicídio.
Bibliografia:
Janecka M, Haworth CMA, Ronald A, et al. Paternal Age Alters Social Development in Offspring. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 2017;56(5):383-390. doi:10.1016/j.jaac.2017.02.006

 

Dieta e Depressão

18 dezembro, 2018

Em 2017 a Dra. Felice Jacka começou a publicar dados de seu programa de suporte da modificação do estilo de vida em estados emocionais rebaixados ( do inglês, SMILES).  O artigo em questão tinha foco na melhora dos sintomas depressivos através da dieta como tratamento adjuvante. 
O foco primário era melhorar a qualidade da dieta, incentivando consumo de 12 grupos alimentares: cereais integrais( 5 a 9 porções/ dia), vegetais ( 6 porções/dia), frutas ( 3 porções/dia), legumes( 3 a 4 porções/semana), produtos lácteos sem adoçantes e com baixa quantidade de gorduras( 2 a 3 porções/dia), oleaginosas sem sal e em natura( 1 porção/dia), peixe( pelo menos 2 porções/semana), carne vermelha magra( 3 a 4 porções/semana), frango( e a 4 porções/semana), ovos ( 6 porções/semana) e azeite de oliva( 3 colheres/dia).

A dieta proposta apresentou melhora doss sintomas depressivos, mesmo ainda precisando de replicações para assegurar eficácia estatística, essa abordagem não envolve riscos para o paciente e deve estar presente no arsenal clínico para o tratamento de transtornos depressivos. 


Bilbliografia:
Jacka et al. A randomised controlled trial of dietary improvement for adults with major depression( the "SMILES" trial). Medicine (2017) 15:23

 

Café e Depressão

18 dezembro, 2018

 O café corresponde a quase 80% de toda a cafeína consumida no mundo. Considerando este fato Lucas et al. acompanharam 50.739 mulheres norte americas por um período de 10 anos e analisaram a taxa de consumo de café e a incidência de depressão. 
     Os resultados do estudo demonstraram uma relação inversamente proporcional entre o consumo de café e incidência de depressão. Pessoas que consumiam 4 xícaras de café por dia tinham um risco 20% menor de desenvolver depressão do que o grupo que consumia menos de 1 xícara por dia. 
    Além da menor taxa de depressão o risco de suicídio também diminui com o consumo de até 7 xícaras de café por dia, porém começa a aumentar quando o consumo passa de 8 xícaras. 
     Podemos inferir que o consumo moderado de café pode ser um fator benéfico em casos de depressão em mulheres.


Bibliografia:
Lucas M, Mirzaei F, Pan A, et al. Coffee, caffeine, and risk of depression among women. Arch Intern Med. 2011;171:1571-1578.

 

Dieta e Volume do Hipocampo

18 dezembro, 2018



Akbaraly et al. em Setembro de 2018, publicaram um artigo relacionando uma dieta saudável com um maior volume do hipocampo (região do cérebro associada a memória e depressão). Pessoas que mantiveram uma dieta mais saudável não apresentaram uma redução volumétrica do hipocampo, classicamente associada a algumas doenças mentais. De todos os componentes da dieta, o que apresentou maior relação com um melhor volume hipocampo foi o baixo ou nulo consumo de álcool.
O artigo já foi comentado pela Dra. Felice Jacka, diretora da Sociedade Internacional para pesquisa de Nutrição Psiquiátrica, que ressaltou a importância da manutenção de uma nutrição saudável para o cérebro ao longo da vida. Ela ainda destacou que uma dieta inadequada é a principal causa de mortalidade precoce em países de alta e média renda.


Bibliografia: 
Akbaraly, Tasnime et al. Association of Long-Term Diet Quality with Hippocampal Volume: Longitudinal Cohort Study. The American Journal of Medicine , Volume 131 , Issue 11 , 1372 - 1381.e4